quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O fim de uma História Parte final.




O fim de uma História Parte final.

Levanto e ando sentindo a dor da mordida no ombro direito, retiro a areia que se acumulou em minha calça velha marrom desbotada. As correntes ainda se encontram presas em minha calça e o velho coturno cano longo gasto pelo tempo.
Observo as arvores ao redor de minha antiga morada, as folhas secas de plátano por todos os lados. (Sei que em breve a chuva ei de vir e cobrir a mata com aquele verde vivido que antes dava a tranquilidade que eu tanto admirava).
Me aproximo da porta principal e retiro a chave de baixo do carpete surrado, abro a porta e lembranças de outra pessoa (como se fosse um vulto de lembranças entrando comigo). Fortaleço meu braço direito fazendo minhas unhas tornarem-se garras e em questão de segundos seguro a maçaneta da porta e arranco aquela velha fechadura. (Já estava mais do que na hora de trocar aquilo. Não quero que outra pessoa entre em minha morada ou que a outra pessoa que possui ou possuía a cópia da chave volte a este lugar).
Tiro meu coturno e entro em minha antiga morada. Fotos rasgadas por todos os lados e ataduras velhas ainda manchadas sobre a cama que ainda se encontra bagunçada e com o cheiro que ainda não esqueci em cada canto daquele lugar. Retiro o lençol junto com as bandagens e roupas de uma pessoa que ainda se encontravam jogadas pelo chão. Enrolo tudo e vou levando ao lado de fora e retorno para buscar o resto. Pegando velhas fotos onde *Fly* sorria tão alegremente. Aquilo fez meu peito doer mais do que o esperado, mas essa não é a pior parte. A pior ainda se encontra bem guardada no fundo do poço que era usado como fonte de banho.
Me atiro dentro com roupa e tudo e retiro lá do fundo uma caixa de cristal polida por mim mesmo e volto a superfície. Seguro aquelas duas alianças que um dia foram importantes e volto em direção ao pântano, rasgo a foto em pequenos pedaços e jogo aquele par de anéis que hoje não tem mais significado sobre eles. Observo tudo afundar, assim como eu afundei a pouco tempo atrás.
Não posso negar que não senti tristeza e nem remorso, mas um peso saiu de minhas costas e sem que eu notasse.... Uma lagrima de meus olhos.
Retiro tudo que havia dentro da cabana e faço uma enorme pira p/ fogueira. Me preparo uma tenda ao longo do rio e volto p/ dentro da cabana e volto com meu antigo machado que por eras me ajudou cortando a lenha para aquecer a agua da fonte e cuidar de minhas feridas em dias frios e de um certo alguém.
Toco fogo naquela pilha de coisas e observando lembranças virando cinzas. Observo cada labaredas subir enquanto algo sumia junto.
Com o machado em cima do ombro dolorido e sangrando, fecho meus olhos e digo com uma última lagrima a escorrer dos olhos.

: Para existir um novo sonho, o velho tem que acabar.

E assim começo a demolir a minha antiga cabana para que um novo sonho comece.


Final


03/09/2015

Wendigo Wolf




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