quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O fim de uma História Parte final.




O fim de uma História Parte final.

Levanto e ando sentindo a dor da mordida no ombro direito, retiro a areia que se acumulou em minha calça velha marrom desbotada. As correntes ainda se encontram presas em minha calça e o velho coturno cano longo gasto pelo tempo.
Observo as arvores ao redor de minha antiga morada, as folhas secas de plátano por todos os lados. (Sei que em breve a chuva ei de vir e cobrir a mata com aquele verde vivido que antes dava a tranquilidade que eu tanto admirava).
Me aproximo da porta principal e retiro a chave de baixo do carpete surrado, abro a porta e lembranças de outra pessoa (como se fosse um vulto de lembranças entrando comigo). Fortaleço meu braço direito fazendo minhas unhas tornarem-se garras e em questão de segundos seguro a maçaneta da porta e arranco aquela velha fechadura. (Já estava mais do que na hora de trocar aquilo. Não quero que outra pessoa entre em minha morada ou que a outra pessoa que possui ou possuía a cópia da chave volte a este lugar).
Tiro meu coturno e entro em minha antiga morada. Fotos rasgadas por todos os lados e ataduras velhas ainda manchadas sobre a cama que ainda se encontra bagunçada e com o cheiro que ainda não esqueci em cada canto daquele lugar. Retiro o lençol junto com as bandagens e roupas de uma pessoa que ainda se encontravam jogadas pelo chão. Enrolo tudo e vou levando ao lado de fora e retorno para buscar o resto. Pegando velhas fotos onde *Fly* sorria tão alegremente. Aquilo fez meu peito doer mais do que o esperado, mas essa não é a pior parte. A pior ainda se encontra bem guardada no fundo do poço que era usado como fonte de banho.
Me atiro dentro com roupa e tudo e retiro lá do fundo uma caixa de cristal polida por mim mesmo e volto a superfície. Seguro aquelas duas alianças que um dia foram importantes e volto em direção ao pântano, rasgo a foto em pequenos pedaços e jogo aquele par de anéis que hoje não tem mais significado sobre eles. Observo tudo afundar, assim como eu afundei a pouco tempo atrás.
Não posso negar que não senti tristeza e nem remorso, mas um peso saiu de minhas costas e sem que eu notasse.... Uma lagrima de meus olhos.
Retiro tudo que havia dentro da cabana e faço uma enorme pira p/ fogueira. Me preparo uma tenda ao longo do rio e volto p/ dentro da cabana e volto com meu antigo machado que por eras me ajudou cortando a lenha para aquecer a agua da fonte e cuidar de minhas feridas em dias frios e de um certo alguém.
Toco fogo naquela pilha de coisas e observando lembranças virando cinzas. Observo cada labaredas subir enquanto algo sumia junto.
Com o machado em cima do ombro dolorido e sangrando, fecho meus olhos e digo com uma última lagrima a escorrer dos olhos.

: Para existir um novo sonho, o velho tem que acabar.

E assim começo a demolir a minha antiga cabana para que um novo sonho comece.


Final


03/09/2015

Wendigo Wolf




O fim de uma história Pt1




Estava prestes a desistir de caminhar, minhas pernas já não aguentavam mais e sentia uma imensa dor... Algo já estava familiarizado. A dor, aquela dor dentro do peito... Gerada pelas lembranças que se tornaram minha tormenta e por várias vezes motivos de meus “sacrifícios”.
Observando tudo o que construí ruir em minha frente com uma facilidade, como se tudo fosse feito de areia prestes a cair.
Me vi caminhar enquanto meus sonhos ruíam logo através de mim e nada pude fazer a não ser observar tudo que ralei para manter de pé, apenas desmoronar frente a meus olhos cansados.
Pus-me a caminhar até a entrada daquela caverna que por anos davam-me acesso ao meu lugar de paz, mas que tinha prometido a mim mesmo que não retornaria a velha cabana em meio a floresta que vivi (existi) durante anos. Disse que não voltaria, mas preciso me livrar de coisas que por lá ficaram paradas por tanto tempo.
Tiro minhas roupas e as deixo próximo a entrada daquele pântano que por anos visitava apenas para me purificar... Renovar energias e recuperar lembranças que por hora ou outra as deixava por lá mesmo.
Com as mãos toco aquela agua suja e fétida, faço minhas preces ao meu guardião. Aquele que por muito tempo deixei de ouvir suas palavras. Esperando que ele possa atender o meu chamado.

*Molhando meu rosto com a agua suja do pântano, começo a minha prece*
: Venha a mim meu grande amigo e protetor, preciso de você agora mais do que nunca.
*Dentro do pântano, consigo observar aqueles olhos felinos grandes ao me observar. Algo está mudado... Algo está errado. A voz ressoa dentro de minha cabeça*
?: Como ousa voltar aqui após tudo o que você fez?
: Preciso reparar meus erros, velho amigo... Preciso de você.
?: NÃÃÃÃOOOO!!!! (Com um rugido ameaçador e olhando fixamente para dentro de minh’alma e com as presas a de fora). Você não é digno de retornar. Você nos abandonou e agora viramos as costas p/ ti também.

Afundando no pântano das lamurias me senti um completo idiota, mas não voltei lá atoa.

*Peço a benção dos meus antepassados, rogo pela proteção da grande Mãe e por mais uma vez rogo aos anciões dos Loas que me deixem entrar por mais uma vez no local em que eu não deveria ser digno a retornar, mas tenho que tentar. *

Ao entrar no pântano a mistura de sentimentos e sensações embaralham a minha mente. As algas me prendem e por tempo suficiente ao ponto de perder meus sentidos. Sinto a dor e a culpa misturadas ao medo e começam a me corromper. Sinto a enorme vontade de me entregar. Como espinhos e estacas perfurassem todo meu corpo e quando estava prestes a desistir sinto as presas do meu antigo amigo sendo cravadas em meu ombro e a dor é maior do que eu imaginava.
O ódio posto naquela investida sobre meu corpo me fizera soltar meu rugido de dor e o resto de ar que me sobrava, acabará de soltar meu último suspiro. Meus olhos se fecharam e sinto a dor das presas de meu velho amigo cravadas em meu ombro enquanto ele repetia para mim “VOCÊ NÃO É DIGNO DE ESTAR AQUI”. Por alguns minutos vejo meu sangue se misturar com a agua impura do pântano e em um momento de desespero tento minha ultima cartada.
Arqueio minhas costas e dou um grito de dor (minha transformação nunca fora algo muito agradável e sim dolorosa). Sinto meus músculos se esticarem, a pele soltando e tudo se modificando. A troca de forma nunca fora algo simples, requer atenção, concentração e o mais importante. Senso de perigo. Minha metamorfose está completa, a Licantropia que veio como por várias vezes uma benção de familia, assim como também por vezes se tornavam a minha maldição.
Me transformo em lobo e mordo com toda a força que me resta o ombro do meu guardião e digo em sua mente.

: Não estou pronto para me entregar. Seja por você ou o que for. Se tiver que morrer aqui, que seja pelas presas daquele que em outrera fora meu melhor amigo. Me perdoe, mas não cheguei tão longe para desistir.

Investindo contra meu melhor amigo com toda força que me restava, mirando em seu pescoço e dei a ultima dentada. Quando estive próximo ao meu querido amigo, cheguei bem perto a sua face gigante . Aquele tigre branco nunca mais foi o mesmo após isso.

*Com uma gentil labida em seu focinho lhe agradeci*
: Obrigado por sempre cuidar de mim. Nunca fui um bom amigo, mas obrigado por cuidar de mim como um irmão.

Neste momento soltei meu guardião e me deixei afundar.

Ao recobrar a consciencia, lá estava ele. Eu deitado em seu peito de frente para aquela cabana abandonada. Do mesmo jeito que a deixei. Olho para o meu amigo com as feridas que causei a ele. Ele me observa e diz em poucas palavras.

?: Bem vindo a sua morada.

E assim ambos pegamos no sono.


Fim da Pt1

03/09/2015

Wendigo Wolf


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Devaneios sobre uma mente que mente, talvez...





Mente longe.
“A mente que mente e a mentira da mente que vaga longe. Estou aqui, mas talvez posso não estar em lugar nem um”.

As vezes me pego em devaneios sobre o que venho fazendo (ou deixando de fazer), com isso me perco um pouco mais dentro de mim e acabo (saindo) achando que volto alguém que talvez eu poderia ou gostaria de ser. Não sei bem dizer quais são estes caminhos que percorro ou sigo dentro do ser chamado “eu” e com isso não sei bem ao certo se posso dizer que... Estou perdido em um labirinto ou será que eu me achei e agora quero brincar de pique e pega com a minha própria sombra que um dia talvez eu chamasse de “eu/era”? Não sei responder. Não sei mesmo... As vezes isso corrói por dentro algo que se afasta de minha mente aos poucos, algo que decidi (não sei) relembrar, mas aos poucos isso está desaparecendo no meio das viradas ou quinas/esquinas do labirinto que eu mesmo criei.
Por vezes cheguei a lugares dos quais eu não deveria estar no momento e por vezes eu chegava nos momentos, mas não estava nos lugares certo ou onde eu realmente gostaria de estar. Isso dava uma leve frustração em parecer ser o “distante” ou “aquele que está ali só por estar, mas no final nem ele (eu) mesmo sabe onde deveria estar. Perdido nas utopias e brincando com lembranças antigas e reavaliando coisas passadas ou pré-avaliando algo que pode ser presente ou quem sabe um futuro previa de algo. Não sei... Realmente não sei.
A brincadeira de estar no “nada” e no final fazer parte de algo se torna interessante em minha mente conturbada e as vezes perturbada. O fazer parte de algo que no final pode ser visto como um nada ou talvez um algo no meio de tudo... Vai saber.
Vou me misturando em meio as folhas deste labirinto ao qual convivo e vivo uma diversão em busca de algo que se escondeu, ou será que eu estou escondido e no final eu não procuro nada, mas faço parte de algo que está me procurando agora e eu estou me escondendo?! Vai saber. Vou brincar um pouco mais em minha mente e nela deixar que me perca ou me ache um pouco mais, e assim faço a brincadeira da lembrança que se vai sem eu querer.

E assim... A brincadeira se vai sem que eu queira e assim o labirinto se abre e volto ao ponto de partida (ou seria a chegada?), e a brincadeira se torna seriedade, a lembrança se torna saudade e a saudade se torna o que sou. Apenas algo perdido esperando que seja encontrado ou que encontre aquilo que está escondido... Tão bem escondido que no final das contas nem eu mesmo sei o que estou procurando ou o que eu deveria estar procurando mesmo. E assim as palavras acabam e o silencio retorna. A voz falha e a mente para na seguinte pergunta.

“A mente que mente e o vagar que não se movimenta.”

E assim o labirinto se fecha e as palavras termina.

Apenas uma mente que mente em confusão e uma verdade que talvez possa ser apenas mais uma das pequenas ou grandes mentiras do que fui/era e provavelmente se torne respostas para o que eu sou/serei. Vai saber...


Wendigo Wolf.

21/09/2015

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Contos de lobo a prévia de um fim.




Provavelmente ainda não me dei a chance em sentir a queda, saltando de galho em galho como se fosse a única coisa a se fazer. Talvez ainda não me dei a chance em sentir a queda. Sempre em fuga do inevitável. Sentindo a falha do inabalável (ou será que finjo tão bem assim?).
Um copo cheio prestes a derramar, é assim que sinto. Onde o arfar da vida me falha em certos momentos, mas sempre olhando em frente sem dar chances a me deixar cair, nem que seja por um simples momento ou por alguns segundos de perdição mental. Escolhi este caminho de seguir em frente sempre, mesmo que não me leve a canto algum. Resolvi apenas seguir com as marcas que me restam. Resolvi me guiar pelas lembranças (falsas e reais) dentro de mim e contando estórias para o meu ser alusivo deveras sonhador. E escolhi este caminho.
Aquele que apenas sonha e segue o caminho que lhe fora proporcionado. Aquele que segue deitado esperando que sua história crie um novo começou ou finalmente em algum momento as folhas do livro acabem e que se torne mais um adorno de estante qualquer, e assim um conto chega ao fim, as folhas se preenchem e as faltas que já não passam de rabiscos deixados se marcam em páginas machadas e provável deixada a traças. E assim mais um conto se finaliza, com a indiferença marcada naquele que as escreveu.

Wendigo Wolf

17/08/2015

sábado, 8 de agosto de 2015

Gabrielle




Quero dedica este desabafo a minha querida pequena Gabrielle, aquela que se encontra tão distante, mas mesmo assim não 1 segundo se quer de minha mente e do meu coração.

Este poderia ser mais um daqueles textos gigantes e taxativos por estar (ou ser) próximo a uma data comemorativa e de poder atrativo p/ que suas empresas gerem lucros em cima de uma data, mas que muitos assim como eu, tem os seus filhos, mas por algum acaso não podem ter esta data, ou aqueles que são pais e não receberam o seu “feliz dia dos pais” ou sei lá, aqueles que talvez nunca conseguiram ouvir da boca um: Papai, eu te amo. Este é um texto de reflexão pessoal de minha particularidade e caso me exponha de alguma forma, só tenho a dizer o seguinte.

Gabrielle, você foi e sempre será a melhor coisa que já tive em toda minha pacata vida e de todo coração, sinto sua falta a cada momento.

Bem, chega de delongas. Vamos ao que interessa de verdade.

Quantos pais conseguiram presenciar o nascimento de seus filhos? E quantas noites em claro tiveram que passar p/ cuidar dos seus pequenos (as)? Várias né? Rsrsrs, pois é. E mesmo assim se fosse possível, faria novamente a mesma coisa repetidamente só p/ poder ter em seus braços aquele pequeno pedaço seu, aquela coisinha frágil que sentia o seu calor enquanto embalada em carinho e abraços noturnos pela casa. Somente p/ acalmar o sono de sua pequena cria. Aquela coisinha toda miúda e enrugada que fazia todo o significado em sua vida modificar em apenas querer proteger aquele ser, aquela parte sua mesmo que fosse necessário com sua própria vida e mesmo assim não ligaria em entregar tudo dentro de si só para poder passar mais tempo ao lado daquela preciosidade que podemos chamar de filhos.
Quantos sustos já passamos? Quando nossos pequenos quase caiam da cama enquanto tentavam engatinhar pela primeira vez? Quantas vezes corremos atrás deles enquanto eles descobriam toda a sua morada? Quantas vezes caímos tentando segura-los p/ proteger uma queda ou qualquer acidente possível e quantas lágrimas já derramamos por eles? Bem, após a minha pequena nasceu, que queria ser o SUPER PAI (aquele que acredito em que todo homem que sonha em ser pai, quer ser p/ sua cria), aquele ser digno de ser lembrado nos momentos de frustração e de medo que (Já fomos crianças um dia e buscávamos nossos pais para proteção) os persegue. O monstro em baixo da cama, o medo dos trovões e fogos de artifícios e qualquer barulho se encolhiam em nosso peito buscando abrigo e carinho. Nós (Pais) sentíamos a maior felicidade em ser o porto seguro de nossas crias quando isso acontecia. O aconchego deles em nosso peito, o coração batendo junto ao nosso e quando tentávamos faze-los dormir... Quem nunca entrou em um berço p/ fazer seu filhote dormir em segurança não sabe o quão difícil é caber em um espaço apertado, mas só de ter aquele ser frágil em seus braços, não importa tamanho nem diâmetro de espaço. Apenas, o poder de estar ali e dar segurança p seu filhote e alerta p/ qualquer barulho que seja. Superar seus medos e demonstrar prontidão aquele pequeno ser que está ali, te aguardando, observando e (acredito muito nisso) sentindo sua falta quando você não está próximo.
Quantas vezes vocês dizem aos seus filhos que os ama? Quantas vezes os abraça por dia? Quantas vezes apenas enche o saco da criança só p/ ver ela nervosa e depois encher de beijos e abraços? Quantas vezes um sorrio deles... Mesmo um único sorriso o fez esquecer de todos os problemas? Muitas perguntas a serem feitas, muitas coisas p/ se falar, mas agora vou direto ao ponto.
Tive meus momentos de SUPER PAI e gostaria de repetir cada pequeno detalhe que tive ao lado dela. A minha pequena Gabrielle. Que ao nascer cabia no meu antebraço e com ela brincava por horas incessáveis. Noites em que eu não dormia p/ poder prestar atenção a cada 5 mim nela p/ saber se ela estava respirando, se estava com frio, se estava quente ou morna, se estava tortinha no berço ou até se ela se movia de forma diferente no berço parecendo ter algum sonho ruim. Eu já levantava e a colocava em meus braços. Sempre fiquei sem camisa a maior parte do tempo de minha vida, e quando a colocava em meu peito, ela sentia o calor e se aconchegava no meu peito, com suas pequenas mãos acariciavam meu pescoço e voltava ao sono bom que estava antes. Por horas e horas incansáveis as cantigas de ninar que me foram passadas por mãe e avó na infância, as repetia com minha pequena. E nisso ela dormia tranquilamente em meus braços. Eu me sentia a melhor pessoa do mundo com o melhor presente que alguém pode receber. Ela é o meu maior presente que já recebi, minha pequena lobinha.
As vezes ela se movia agitada, nervosa e birrenta, nada que um bom banho morno não a fizesse acalmar. Eu sempre tive medo nos cuidados mais íntimos. Pois tenho uma menina, tinha medo que por ser um roedor de unhas, pudesse passar alguma bactéria p/ ela e nisso deixava a limpeza da pequena p/ a mãe, pois me sentia inapto p/ certos tipos de cuidados que eu não poderia dar com medo de que algo acontecesse com ela, e mesmo assim, dei todos os meus cuidados possíveis e impossíveis p/ aquela pequena que tanto amo e admiro. Dava banho nela quando pequena, e a deixava brincar e se divertir em bacias com agua. Sim, aquelas grandes que toda criança um dia já entrou e ela fazia a festa. Eu sempre ao lado presente e querendo participar das brincadeiras dela, observar seu crescimento e fazer parte daquela pequena vidinha que carrega tanto de mim e ser uma pessoa da qual ela se orgulhasse, mas nem tudo é como queremos.
Tive o meu momento em que não fui um pai exemplar. Após minha separação, senti a discórdia causada pelos acontecimentos e acabei me distanciando da minha pequena, aquele ser que tanto amo. Por causa de infantilidade minha, me afastei do ser que mais amava e deixei isso afetar, mas cada vez em que ela vinha e me dava um abraço e me chamava de “Papai bobinho” me dava uma alegria tão intensa e uma vontade de chorar por ser tão burro ao ponto de descontar minhas frustrações no único ser que é parte minha e eu como adulto agindo de forma tão infantil. Sentia aquele amor dela por mim. Isso me alegrava tanto e me machucava ao mesmo tempo por sentir aquele amor pelo ser que ajudei a gerar e não a tratava com o mesmo amor que tratei quando ela nasceu. Sei que eu fui o errado da história em ter me afastado e hoje sinto o peso da minha burrice recair sobre mim.
Quanto tive a oportunidade de ama-la, na última vez que que a tive ao meu lado, não disse o quanto a amava. N disse o quanto ela era importante na minha vida. Não disse nada. Estava completamente abalado por outros problemas que não se encaixam, mas com tudo o que vem acontecido em minha vida ultimamente eu só queria poder ter mais uma chance, ou mais uma oportunidade de segura-la em meus braços e dizer o quanto amo e o quanto ela é importante na minha vida.
Então, p/ finalizar este desabafo. Vou usar isso p/ que todos os pais, mães e filhos que conheço possam repensar o quão uma distância pode afetar a vida de todos. Filhos de pais separados sofre nesta data por não ter o pai ao lado ou são felizes por terem um SUPER PAI que talvez o biológico não possa ser no momento ou não conseguiu ser quando deveria.

Esse é o meu feliz dia dos pais que posso oferecer a todos os pais que conheço. Aqueles que podem todos os dias acordar e ver sua cria correr pela casa, ou dar o beijo de boa noite, contar histórias p/ dormir, arrumar p/ levar p/ escola, preparar seu café da manha e dizer a cada dia o quanto os ama e o quão importante são p/ sua vida.
Quero dar feliz dia dos pais p/ todos aqueles que realmente são pais de verdade ou os que mesmo não conseguindo ao fundo, mas mesmo assim se esforçam p/ serem pais bons.

Quero dizer um feliz dia dos pais p/ mim, mas no fundo não existe um feliz. Pois de que adianta ser pai e não poder ter a coisa mais incrível que já aconteceu em toda minha vida ao meu lado? Então, feliz ou não. Antes de ser apenas mais uma data dedico a todos os pais que conheço.

Parabéns por serem pais.

PS: Cuidem bem de suas crias, mesmo que as vezes pareçam impossíveis de criar/cuidar, lembrem-se. Você está passando hoje o que o seu pai/mãe passou um dia com você. Então... Parabéns a todos os Pais e a todas as mães que por muitas vezes, mesmo na dificuldade fizeram o papel dos dois.

Em especial deixo o meu feliz dia dos pais p/ a melhor pessoa p/ mim e que além de Pai/Mãe é minha amiga, companheira e parceira em meus momentos bons ou ruins. Deixo um EU TE AMO ATÉ ALEM DO INFINITO, pois mesmo sabendo que o infinito não tem fim, amo a senhora com todas minhas forças.

Dedico esse texto a minha pequena lobinha Gabrielle que amo além do infinito e as estrelas e minha mãe que também amo incondicionalmente.


Gabriel Medeiros Maia.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Transformação e companhia que desejo. Contos de lobo PT 10


Após longos anos, ele sentou na sacada de sua janela. Observou as estrelas brilharem por um leve instante e ali mesmo sentindo o vento passar por seu corpo. Tornando-o gélido por causa da brisa fria que tocava sua pele nua. Aquela sensação que inquietava seu peito em que outrora viera em seu encalço, trazia lembranças. Sua pele arrepiara, pois, um pensamento veio-lhe em mente. Seus cabelos esvoaçavam junto ao vento e aquela pontada veio de perto. Um canto onde já não existia sensação p/ ser revelada, mas o peito deu aquela batida e revigorada.
Ele fechou os olhos com força apertando sua cabeça, se encolhendo ao relento esperando que aquilo fosse apenas um devaneio que ei de passar, mas a pontada se renova e torna a vir de forma mais abrupta possível, com ela as lembranças o atormenta em coisas desanexas, sem complementos. Apenas flashes passando em sua mente conturbada. Ele aperta seus braços sentindo o calor percorrer e trespassar seu corpo. Aquela sensação de mudança está por vir e ele sabe disso, mesmo querendo fugir ou fingir que a faze de transformação está para acontecer.
Ele cerra os dentes com força ao ponto de fazer a gengiva sangrar enquanto morde os lábios. A pontada em sua mente vem com maior veracidade rompendo-lhe a sanidade e confundido mais ainda seus instintos. Aqueles primitivos dos quais não revelaria nem a seu próprio ser, mas dessa vez algo quer sair e não está mantendo controle suficiente para acalmar a fera que em si reside.
Com as mãos elevadas em seu peito, começa a lhe rasgar o peito e urrar de dor e agonia. Como se quisesse tirar algo preso em sua própria pele, mas não havia nada lhe prendendo e de verdade... Era a sua própria pele que lhe incomodava. Suas mãos deformadas entraram em seu peito e um grito de dor soou pelos ares. Aquele clamado de ajuda, enquanto em sua face a pele soltava e seus dentes trocavam de lugar com presas pontiagudas e firmes. Seus globos oculares saltaram sobre sua pele, dando lugar p dois novos olhos de cor amarelada. O sangue escorria em cada parte de carne descolada em seu corpo. Onde o sangue escorre, uma pelagem marrom escura cresce no local, e a transformação continua.
Suas pernas se contorcem e a ponta dos pés se estica, arrancando unha por unha e dando abertura para garras firmes e fortes. Seu calcanhar já não alcança mais o chão e ele continua a se abraçar de forma bruta enquanto sua cabeça (focinho) sai rasgando a parte de pele entre os olhos e nariz. Dentes pontudos rasgam aquela parte sensível de sua face que tanto adorava observar.
Sentir cada costela de seu corpo esticar, seus ombros alargarem enquanto seus músculos lutam e relutam para assumir sua verdadeira forma. Aquela forma que se prendera em décadas atrás, hoje volta e reluta pelo seu controle.
Agora ver-se criatura. Curvada sobre o parapeito da janela. Toda sua carne quente ainda estagnada sobre o chão, quente, sangue pingando para todos os lados. O gosto do próprio sangue descendo em sua garganta. Ele observa a mesma rua com os olhos da besta que mora dentro de si. Observa o mesmo vento que lhe tocava a face na outra forma, sente cheiros que já deveriam ter se apagados do local. Sente a dor no peito que a outra forma lhe deixou p/ sentir e não contente com isso. Estica o braço o mais longe que pode. Abre a mão em formato de ponta de flecha e sem pensar duas vezes.... Atravessa seu próprio peito até chegar em seu coração. Ele o toca com cuidado. Sente o pulsar, o movimento que o (nos) faz estar vivo (s). Sente o calor, o sangue escorrer, a lagrima escorre da sua face triste e puxa novamente a mão deixando aquele coração no seu devido lugar.
Abaixa e come o seu “antigo eu” ali no chão p/ que sua cicatrização seja mais rápida. Degusta pedaço por pedaço de si. Não para saciar sua fome, mas p fechar logo o buraco que ele mesmo o fizera com suas próprias mãos, mas não conseguira terminar com o motivo de sua dor.
Ele sobe duas janelas a cima da sua e vai p o telhado do seu prédio. Arrepende-se dessa visão. Preso em cidade de pedras onde não se pode ver o lugar que lhe traz paz ou aqueles braços que o envolvia em momentos antes da dor crescente dentro do peito querendo sair. Aqueles braços sabiam como manter a fera sobre controle, porem aqueles braços não existem mais.
Ele observa o que sobrou da imagem da lua no céu e solta um uivo longo de dor. Pois sabe que está preso dentro de um corpo já é ruim, mas cercado em um lugar onde a liberdade lhe é privada em seu canto de paz e tranquilidade. Aquele canto que encanta não está acessível a esta criatura que perambula nos sonhos do pobre rapaz. Ele se agacha balançando sua longa calda de um lado p/ o outro e sente a necessidade de voltar ao ser que era. E ali mesmo retorna aos poucos ao ser que outrora deveria ser. Aos poucos os pelos começam a cair. As presas deixam seu enorme focinho em retorno a pele do rosto juvenil em que outras vezes utilizara como mascaras do seu próprio ser. Aquele ser que se sentia tão só ao redor do mundo, mas as coisas mudaram dentro dele por algum motivo. Ao tocar aquele coração frio e assustado onde não queria deixar ninguém entrar, deu espaço p/ uma nova companheira. Pela qual ele suplicava reencontrar no próximo dia.
As costelas voltando a se fixar nos pontos. A dor é maior do que a primeira sentida na transformação. O sofrimento e o vento frio passando por todo seu corpo enquanto aqueles pelos todos caem e no chão cheio de pelos, garras e presas para todos os lados. Os olhos caem das orbitas tornando tudo negro e dando espaço p/ aqueles olhos castanhos claros que mantem o disfarce como sempre fora. Os cabelos longos reaparecem, a barba falha e a boca se conclui.
Ele se encontra nu 2 andares a cima do seu, pensando em como ira voltar p/ janela de seu quarto. Ele se pergunta, mas de longe, um perfume vem junto ao vento. Um perfume familiar. Uma lembrança vem em sua mente conturbada, uma imagem de uma pessoa que se torna queria a cada dia que se passa. Uma companhia ideal, uma parceira, amiga e que mexe com sua mente. O formato dos olhos, os traços de sua boca, seus cabelos ruivos e sua fúria de leoa o acalmam. Ele para um tempo, respira e começa a descida em meio as grades até sua janela. Ainda nu ele consegue chegar a base de onde saiu pela primeira vez. Essa transformação o cansou, mas no final das contas ele entendeu.
A única coisa que ele precisava sentir no momento, era um cheiro p/ que ativasse a lembrança certa, mas da janela do seu quarto era impossível. Aquele olhar, aquele cheiro só chegaria de mais alto e ali em cima ele conseguiu o que tanto almejava. O descanso de sua mente e o aguardo em ver sua companhia uma vez mais... E mais e mais....
Ele sente falta da amizade dela e espera que tudo esteja bem. Volta p/ o seu quarto, deita em sua cama e ali descansa. Dorme e apaga. E por um breve momento o lobo caminhava ao seu lado em um caminho longo e claro para que no final do caminho.... Conseguisse observar aquele cabelo cor de fogo bem de longe. E em meio a um sorriso, o lobo sai em sua direção e deixa lhe afagar suas costas. Um sorriso se abre neste meio tempo. E o andarilho segue seu rumo em direção a sua companhia tão agradável e assim termina mais uma parte de sua jornada.


W.W

09/07/2015 00:00


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Companhia





Encontrar aquele encanto que admira, sobrepõe e cativa quaisquer expectativas das quais antes não dera oportunidades a si e aos outros.
Privei meus sentimentos e os guarde na espera de que uma pessoa chegasse até mim e fizera minha barreira desaparecer, porem manter-me em cativeiro não está funcionando como deveria.
A falta do calor humano, do toque e caricia feita. O seduzir de toques dos lábios, o arfar que vaza de bocas conhecidas ou nem ao tanto. O sentir a respiração em corpos colados, abrações por volta de ambos os corpos. O sussurrar na orelha o prazer que sente. As vontades que possuem entre si. Aquele ato caloroso de uma passar de mãos entre cabelos e beijar pescoços. Sentir aquele calor dos corpos ao se unir. Sentir a proximidade tornar tudo a sua volta um nada além do que dois seres fazendo exatamente aquilo que ambos desejam e almejem essas caricias que somente duas pessoas interligadas saberiam as formas de agir, como tocar, sentir, aproveitar cada momento ao lado da única pessoa que tanto almeja ter ao seu lado nesse curto tempo.

Me vi passar em meios de tantos braços, beijos e sussurros prolongados. Alguns não pude observar e deixei passar momentos dos quais eu poderia ter “na maioria das vezes aproveitado aqueles sorrisos e gestos que apareciam na minha frente, mas não as notei, pois a dor do que vinha sentindo me negara a capacidade de notar algo que poderia me fazer bem, mas como nem tudo que acontece em nossas vidas são pontos de indicações entre o que se pode ser feito ou apenas uma chance que (um dia quem sabe) pode vir a dar certo.
Ainda não desisti de encontrar uma companheira. Uma parceira que venha da forma que ela se sinta bem. Que queira algo de verdade ou apenas uma brincadeira de sedução, em busca de aventura e ser desejada também.
Porem, está difícil encontrar uma pessoa que possa lhe oferecer companheirismo sem que venha com um milhão de regras.
hoje em dia conhecer pessoas... Está cada vez mais difícil, pois a formalidade fora meia deixada aos cantos. Uma conversa em um celular enquanto estão virtualmente desconectados.... Não sabem mais abrir a boca para conversar e dialogar.
A maior falta do que sinto hoje em dia... Não seria uma parceira que seja necessariamente rolar algo sexual. Ou que um abraço leve a um cantinho mais seguro no ombro de alguém.
Deitar em uma cama p/ assistir filmes e dividir coisas sobre a vida. Sendo amigos, amantes, namorados, noivos, casados e etcs. O que me limita muito ao ver o hoje em dia. As pessoas são cada vez mais selecionadas em cardápios de restaurante chique. Mesmo se você nunca chegou a ir, não sabem quem são as pessoas e etcs, as vezes nestes mesmos lugares e se encontram pessoas vazias... Pessoas que querem achar algo que possa-lhe chamar a atenção. O que me chama a atenção na única coisa que busco hoje em dia.. Eu busco uma companheira. Uma parceira. Alguém que não se importe qual vai ser o plano do fds, nem muito menos se n houver planos, pois são duas pessoas juntas que podem mudar os planos a qualquer momento p um bem melhor. Quantas vezes alguém já presenciou briga entre casais só pq um n queria fazer uma coisa e a outra pessoa tbm n queria fazer nada e acabam em uma discursão chata? E aquele tempo perdido ali, não volta.

Onde quero chegar?

Simples.

Quero companheira que esteja do meu lado e q ela tenha certeza de que isso é reciproco. Companheiros foram feitos p se acompanhar. Os dois. Quando um anda sozinho, pelo menos tem o outro guiando e dando apoio lado a lado, mas quando companheiros esquecem o que é isso.... O que o companheirismo significa de verdade... Ai começa as culpas em todos os lados.
Eu só estou em busca de uma companhia... Uma companheira de verdade.
Alguém que ao mesmo tempo possa me ensinar coisas novas e eu estar ali sempre disposto a aprender e a ensinar tbm.

Um dia, quem sabe.... Ainda encontrarei essa minha companhia. Poderei ficar abraçado com ela assistindo filmes, viajando, comendo coisas novas, rindo da forma que o sol se põe, e sorrindo observando a lua nascer. Companhia é fazer tudo em conjunto. Duas pessoas estando uma do lado da outra se mantendo tudo bem e tranquilo.

Ainda estou em busca da minha companheira. Um dia eu encontro, ou serei encontrado. Não tenho pressa, mas enquanto te espero, mantenho a ansiedade por esse dia chegar.

W.W

01/06/2015


sexta-feira, 1 de maio de 2015

A existência no ser ilusório



A existência no ser ilusório.
Convivo em devaneios momentâneos e com eles coexisto.
Oferecendo conselhos dos quais nunca ei-de tirar proveito. E com isso anulo-me em devaneios utópicos sobre meu ser/fui.
Extinguindo-lhes problemas ou devaneios meramente criado por minha mente desbravadora em sentir/ser/eu (quem sabe) serei.
Sempre em prontidão a dar-lhes conselhos dos quais não teria providência suficiente em guia-lhes dentre meu ser/estar e passar isso “adelante” o que está além de meu ser, porém insisto em propugnar aqueles dos quais cativo e mantenho em vista tendências propícias em terceiras pessoas. Olvidando meu ser em prol daqueles quais minha mente protuberante em reluta sobre o que decai em algo que talvez eu nunca fora, mas neste exato momento, esqueço-me de dúbias das quais convivo e torno-me golem de barro, seguindo comandos de seu (pró)criador e apenas acenando e seguindo ordens das quais nada hei dê-lhe negar, pois para isso fui criado. Este é meu dever. Dar-te guarda quando a tua fora-lhe falha. Dar te abrigo, quando a tua fostes negada e ei de entregar o segredo do qual convivo em eterno silêncio. A minha palavra de poder. Aquele em qual teu controle sobre mim será total. E nada desta vida ei-de restar, pois tudo do qual sacrifiquei e aceitei em contra posposta fora nada mais do que (coexistir/existir) viver sendo aquele ser, moldável e servero em prontidão.
Aquele do qual do barro fora criado exatamente para gerar expectativas e conselhos dos quais nunca seria capaz de segui-los ou manter-me em ativa como ser (coagido) livre de minhas próprias escolhas.
Em teoria, poderia finalizar utilizando a seguinte frase. Da qual já utilizei em outrora.
“Este humilde servo, fica feliz em lhe servir”.
E assim finalizo meus pensamentos de hoje. Um conto de lobo criado em pedra, mas que esta pedra não existe “estória” sobre sua procedência.


Wendigo Wolf 02/05/2015

terça-feira, 14 de abril de 2015

De volta ao lugar do qual eu não deveria ter saido.




Continuo repetindo a mim mesmo.
N deveria ter deixado isso acontecer... Fui inventar em abrir uma porta um dia, e hoje está cada vez mais difícil de fechar.
Porém, como um tolo iludido, insisto em manter a porta aberta. Na esperança de que um dia o que fora perdido, retorne pelo mesmo lugar do qual partiu.
Não pedi para ser salvo, não queria abrir algo do qual havia fechado por tanto tempo, e nele me prendi.
Aquela em que minha mão se estendeu uma vez, cravou suas garras em minha pele, e com isso libertando-me de cárcere “privado” do qual me mantive por tanto tempo... libertando aquilo que dormia profundamente, fora dado um nome, uma chama que ardia e queimava, porem ela mantinha esperanças em algo surreal (utópico) dentro e fora do ser em que criou (cativou) e com tudo isso limpando-me das impurezas e sofrimentos dos quais marcavam a carcaça de um vagante vadio.
No final, quando lá estava ter encontrado meu lar, suas asas se abriram e de dentro, bem no fundo.. Sabia que seria algo inevitável, partiu e com isso me parti novamente.
não deveria ter deixado você fazer isso desde o começo. Não deveria ter deixado você me resgatar. Um pedido de socorro que talvez eu nunca tive a oportunidade em pedir, mas posso me perguntar... Me diga o por que você o fez mesmo assim? Deixa, e assim continuo o caminho.
Retornando ao cárcere do qual me privei um dia, observando as correntes velhas e enferrujadas com o tempo e nelas ainda marcas do que um dia (algo/ser/eu) sobreviveu durante décadas e nada abalava aquelas correntes, muito menos aquele ser que era mantido em cativeiro... Aquele que eu fui um dia. E os pensamentos vem à tona novamente. “Devo voltar? Utilizar as mesmas correntes que um dia prenderam a besta dentro de mim, ou ali ficou a minha parte sem natureza descrita?” Não sei... Mas este lobo velho está cansado. Atormentado com as correntes que um dia foram sua fonte de vida, estão em estados desgastados.
*Ele observa cada canto do recinto, retira as mesmas correntes que um dia lhe salvaram. Amarra-lhe os pulsos. A prata arde a pele deixando cicatrizes, com profundidades maiores do que as anteriores e ali senta ao chão. Prende as pernas com o mesmo ardor que lhe fora oferecida em delongas viagens e datas passadas. Por final, retira de um pano velho surrado aquele velho “apetrecho” em que lhe fora oferecido quando ainda jovem. Uma coleira sem nome. Coloca no pescoço e ali adormece o velho lobo, que um dia decidiu ser “livre”, mas no final retorna a sua própria prisão decidindo fazer aquilo em que evitou tornar um dia... Trocar sua liberdade em dor, por uma prisão no esquecimento.*
Assim o velho lobo(eu) retorna aquilo em que um dia fui. Prisioneiro de mim mesmo, porem livre de todo o resto.

Wendigo Wolf.

14/04/2015


Eu nunca fui meu, mas termino de uma forma diferente.



I close my eyes, don't want to see
I never knew this could happen to me
I stay alive but tell my why
You saved my soul
I'm always yours


PS.

terça-feira, 10 de março de 2015

Pensamentos e desejos utópicos


Pensamentos e desejos utópicos

Não é difícil revelar meus desejos p/ você.
Você sabe como me tocar, me fazer querer ter você.
Não preciso te pedir p/ me tocar...
Você apenas sabe como fazer.
Tenho vontades e desejos por tudo que você faz.
Curiosidade até onde sou capaz de chegar por você.
Quero chegar ao limite junto de você.
No momento do qual nos tornamos um...
Quero sentir meu corpo unido ao teu.
Quero provar do teu calor mais e mais.
Do teu gosto do qual sinto cada vez mais vontade de sentir, provar.
Quero poder beijar teu corpo todo lentamente e apreciar cada momento.
Quero sentir tua respiração nos meus ouvidos e tuas garras em minha pele.
Quero te ouvir gritar meu nome.
Quero te ouvir sussurrando em meu ouvido p/ me juntar a você.
Quero ver você se contorcer em quanto passo minha língua em todo o seu corpo.
Quero tocar seus seios, te provocar e seduzir.
Eles sentem minha falta, assim como também sinto a deles.
Sinto falta de cada detalhe de teu corpo.
Não posso negar o quanto fico quente ao teu lado...
Como posso dizer algo...
Não sei o que você fez comigo, mas deixa meu corpo em chamas só de levemente acariciar ou breve contato em seu corpo.
Seja com roupa ou sem.
Posso sentir você ao fechar os olhos, ou apenas ao imaginar sua voz em meu ouvido
Posso sentir teu gosto apenas brincando com a língua em minha boca.
Não tem uma vez que eu n tenha te desejado, mas consigo me segurar.
Tenho que me segurar, mas em pensamentos somos um.
Quero poder aprender a desvendar os mistérios do seu corpo e conhecer suas manias.
E não somente pela primeira vez como a cada próxima que vier.
E com você, deixar que desvende-me e conheça meus limites.
Meus pontos fracos e fetiches. Quero que me conheça e compreenda meu ser.
E quando atingirmos em nosso momento eufórico de prazer, nada além de nós dois tenha importância. Seremos apenas aquilo que queremos ser e da forma que desejamos.
No breve momento em que estiver dentro de você, almejo que você saiba. Era exatamente ali onde eu desejava estar desde o começo.
Quero teu amor, teu calor e seu gosto em tudo que pode me dar.
Então me toque, me beije, me provoque e me seduz.
Sou teu e da mesma forma que tenho permissão p tocar teu corpo.
O meu já te deu a mesma permissão.
Apesar que ainda prefiro te dar todo o prazer do que querer eu receber o mesmo, pois tenho todo o prazer do mundo ao te tocar, beijar, sentir e te chupar toda.
O deslize de minha língua sobre seus seios, pés, pernas, barriga e onde eu mais gosto de estar... Entre suas pernas onde o calor me atrai, o cheiro me arrepia e o gosto de seu orgasmo me faz chegar ao céu.
Pena que tudo isso só acontece na mente de um louco, assim como eu.
Nada além de meros devaneios perdidos por algo que nunca aconteceu. Ainda quem sabe, esperando a “musa” de meus sonhos, mas sabendo que a mesma só se encontra nesta terra que chamo de minha imaginação.


Gabriel (Wendigo Wolf)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Contos de lobo PT 9


Contos de lobo PT 9

Não posso dizer que sou uma pessoa 100% sincera, muito pelo contrário, se fosse levar a sério isso, seria uns 45% ou menos, mas não vim aqui para me autojulgar. Após um longo e árduo ano que se passou, não posso chegar e dizer que foi um feliz ano, muito menos dizer que tive grandes coisas ao me “bajular” em expectativas que (não) deram certo, porém, pode dizer-se que... Eu escolhi que as coisas dessem erradas desde o começo, e mesmo assim sabendo da falha, me apropriei do erro e fiz dele uma “sabia” escolha, mesmo no final não sendo a melhor das escolhas, mas por falta de opção, escolhi estar onde estou hoje.
Me peguei em pensamentos me flagelando por motivos “passionais”, e mesmo assim não que eu tenha arrependimentos das escolhas que fiz, porém tive que dar adeus a certas coisas que “talvez” em algum momento fizeram parte do que eu pude ser um dia. Virei as costas para muitas coisas, das quais antes não o faria com o mesmo “grado” de hoje, mas não há nada que eu possa fazer sobre elas hoje, pois essa foi a minha escolha, e hoje aceito como uma decisão correta. No final, o resultado seria o mesmo. Então, porque lutar contra isso?
Venho me perdendo em rumo a algo que ao mesmo tempo me proporciona ótimas lembranças, mesmo que algumas delas eu tenha apagado “por vontade própria” e que não sei no que acreditar hoje. Deixando apenas o ceticismo me levar em lamúrias momentâneas, nada que eu também não possa mudar “futuramente”.
Deixei de acreditar nas pessoas, assim como na palavra dada e na promessa feita, pois ambas podem ser meramente um relance de “apego” ou a carência do que chamamos de “acomodar” com o relacionamento e etcs. Sendo familiar ou companhia que mantemos no dia a dia. E de verdade, venho fugido dessa parte, porém mesmo não querendo... Lá estou eu novamente... A caminhar à deriva e assim como o mar consegue se reencontrar em vários pontos de “partida e princípios”, me encontro nesses pontos de “reencontro”... Mesmo sabendo que a cada dia que passa, eu me sabote, não pretendendo fazer parte desse reencontro, a parte em mim que um dia preferiu se “abandonar”, encontra algo que foi perdido a muito tempo. Essa parte ainda sangra, dói e aclama por “misericórdia”, mas acredito que mesmo após toda relutância, tenha RE(encontrado) algo devidamente olvidado. E mesmo assim me martirizo por esse tipo de sentimento... Aquele mesmo que pode dizer: Olá! É o mesmo que pode dizer: Adeus! Mais uma vez. Não fui feito para criar expectativas e muito menos viver uma vida preso no amanhã que talvez nunca chegue, e por isso... Venho mantendo-me em cárcere, mas mesmo assim, certas coisas me “combatem” dizendo que mesmo que eu não queira, eu não tenho escolha, pois o amanhã sempre virá. Independente do que eu faça ou das escolhas que eu tome, ela virá de qualquer forma.
Fico relutando sobre a palavra “AMOR” e o significado dela, acreditei por um bom tempo ter sentido esse tipo de coisa, mas após um bom tempo recluso de (de mim mesmo) sentimentalismo. Consegui perceber por mim mesmo... Talvez eu nunca tenha amado ninguém. Ou sentido algo do que se pareça com esse sentimento. Não me sinto culpado por misturar sensações com sentimentos, talvez culpado por ter enganado tanta gente dizendo essa pequena palavra. Ou o que para mim é certeza que eu tenha feito. Me equivoquei entre o amor e a velha parte da carência. Misturei os dois e achei que no final fossem a mesma coisa, porém não são. E hoje sei bem disso, minha carência fez com que eu acreditasse que fosse “amor”, mas era apenas coisa da minha cabeça perturbada me dizendo que “talvez” seria, e nela me apeguei e achei que fosse.
Falha minha?... Talvez... Eu falhei com outras pessoas, não comigo mesmo. Eu escolhi isso e sabia das consequências e mesmo assim os fiz. E escolhi isso... Então não foi erro completamente “meu”.
No final acredito que existe um “amor”, porem, talvez eu não esteja pronto para descobrir de verdade o que isso significa ou até mesmo no fundo de tudo, eu não queira sentir isso.
Apenas um ponto de vista.