segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Contos de lobo a prévia de um fim.




Provavelmente ainda não me dei a chance em sentir a queda, saltando de galho em galho como se fosse a única coisa a se fazer. Talvez ainda não me dei a chance em sentir a queda. Sempre em fuga do inevitável. Sentindo a falha do inabalável (ou será que finjo tão bem assim?).
Um copo cheio prestes a derramar, é assim que sinto. Onde o arfar da vida me falha em certos momentos, mas sempre olhando em frente sem dar chances a me deixar cair, nem que seja por um simples momento ou por alguns segundos de perdição mental. Escolhi este caminho de seguir em frente sempre, mesmo que não me leve a canto algum. Resolvi apenas seguir com as marcas que me restam. Resolvi me guiar pelas lembranças (falsas e reais) dentro de mim e contando estórias para o meu ser alusivo deveras sonhador. E escolhi este caminho.
Aquele que apenas sonha e segue o caminho que lhe fora proporcionado. Aquele que segue deitado esperando que sua história crie um novo começou ou finalmente em algum momento as folhas do livro acabem e que se torne mais um adorno de estante qualquer, e assim um conto chega ao fim, as folhas se preenchem e as faltas que já não passam de rabiscos deixados se marcam em páginas machadas e provável deixada a traças. E assim mais um conto se finaliza, com a indiferença marcada naquele que as escreveu.

Wendigo Wolf

17/08/2015

sábado, 8 de agosto de 2015

Gabrielle




Quero dedica este desabafo a minha querida pequena Gabrielle, aquela que se encontra tão distante, mas mesmo assim não 1 segundo se quer de minha mente e do meu coração.

Este poderia ser mais um daqueles textos gigantes e taxativos por estar (ou ser) próximo a uma data comemorativa e de poder atrativo p/ que suas empresas gerem lucros em cima de uma data, mas que muitos assim como eu, tem os seus filhos, mas por algum acaso não podem ter esta data, ou aqueles que são pais e não receberam o seu “feliz dia dos pais” ou sei lá, aqueles que talvez nunca conseguiram ouvir da boca um: Papai, eu te amo. Este é um texto de reflexão pessoal de minha particularidade e caso me exponha de alguma forma, só tenho a dizer o seguinte.

Gabrielle, você foi e sempre será a melhor coisa que já tive em toda minha pacata vida e de todo coração, sinto sua falta a cada momento.

Bem, chega de delongas. Vamos ao que interessa de verdade.

Quantos pais conseguiram presenciar o nascimento de seus filhos? E quantas noites em claro tiveram que passar p/ cuidar dos seus pequenos (as)? Várias né? Rsrsrs, pois é. E mesmo assim se fosse possível, faria novamente a mesma coisa repetidamente só p/ poder ter em seus braços aquele pequeno pedaço seu, aquela coisinha frágil que sentia o seu calor enquanto embalada em carinho e abraços noturnos pela casa. Somente p/ acalmar o sono de sua pequena cria. Aquela coisinha toda miúda e enrugada que fazia todo o significado em sua vida modificar em apenas querer proteger aquele ser, aquela parte sua mesmo que fosse necessário com sua própria vida e mesmo assim não ligaria em entregar tudo dentro de si só para poder passar mais tempo ao lado daquela preciosidade que podemos chamar de filhos.
Quantos sustos já passamos? Quando nossos pequenos quase caiam da cama enquanto tentavam engatinhar pela primeira vez? Quantas vezes corremos atrás deles enquanto eles descobriam toda a sua morada? Quantas vezes caímos tentando segura-los p/ proteger uma queda ou qualquer acidente possível e quantas lágrimas já derramamos por eles? Bem, após a minha pequena nasceu, que queria ser o SUPER PAI (aquele que acredito em que todo homem que sonha em ser pai, quer ser p/ sua cria), aquele ser digno de ser lembrado nos momentos de frustração e de medo que (Já fomos crianças um dia e buscávamos nossos pais para proteção) os persegue. O monstro em baixo da cama, o medo dos trovões e fogos de artifícios e qualquer barulho se encolhiam em nosso peito buscando abrigo e carinho. Nós (Pais) sentíamos a maior felicidade em ser o porto seguro de nossas crias quando isso acontecia. O aconchego deles em nosso peito, o coração batendo junto ao nosso e quando tentávamos faze-los dormir... Quem nunca entrou em um berço p/ fazer seu filhote dormir em segurança não sabe o quão difícil é caber em um espaço apertado, mas só de ter aquele ser frágil em seus braços, não importa tamanho nem diâmetro de espaço. Apenas, o poder de estar ali e dar segurança p seu filhote e alerta p/ qualquer barulho que seja. Superar seus medos e demonstrar prontidão aquele pequeno ser que está ali, te aguardando, observando e (acredito muito nisso) sentindo sua falta quando você não está próximo.
Quantas vezes vocês dizem aos seus filhos que os ama? Quantas vezes os abraça por dia? Quantas vezes apenas enche o saco da criança só p/ ver ela nervosa e depois encher de beijos e abraços? Quantas vezes um sorrio deles... Mesmo um único sorriso o fez esquecer de todos os problemas? Muitas perguntas a serem feitas, muitas coisas p/ se falar, mas agora vou direto ao ponto.
Tive meus momentos de SUPER PAI e gostaria de repetir cada pequeno detalhe que tive ao lado dela. A minha pequena Gabrielle. Que ao nascer cabia no meu antebraço e com ela brincava por horas incessáveis. Noites em que eu não dormia p/ poder prestar atenção a cada 5 mim nela p/ saber se ela estava respirando, se estava com frio, se estava quente ou morna, se estava tortinha no berço ou até se ela se movia de forma diferente no berço parecendo ter algum sonho ruim. Eu já levantava e a colocava em meus braços. Sempre fiquei sem camisa a maior parte do tempo de minha vida, e quando a colocava em meu peito, ela sentia o calor e se aconchegava no meu peito, com suas pequenas mãos acariciavam meu pescoço e voltava ao sono bom que estava antes. Por horas e horas incansáveis as cantigas de ninar que me foram passadas por mãe e avó na infância, as repetia com minha pequena. E nisso ela dormia tranquilamente em meus braços. Eu me sentia a melhor pessoa do mundo com o melhor presente que alguém pode receber. Ela é o meu maior presente que já recebi, minha pequena lobinha.
As vezes ela se movia agitada, nervosa e birrenta, nada que um bom banho morno não a fizesse acalmar. Eu sempre tive medo nos cuidados mais íntimos. Pois tenho uma menina, tinha medo que por ser um roedor de unhas, pudesse passar alguma bactéria p/ ela e nisso deixava a limpeza da pequena p/ a mãe, pois me sentia inapto p/ certos tipos de cuidados que eu não poderia dar com medo de que algo acontecesse com ela, e mesmo assim, dei todos os meus cuidados possíveis e impossíveis p/ aquela pequena que tanto amo e admiro. Dava banho nela quando pequena, e a deixava brincar e se divertir em bacias com agua. Sim, aquelas grandes que toda criança um dia já entrou e ela fazia a festa. Eu sempre ao lado presente e querendo participar das brincadeiras dela, observar seu crescimento e fazer parte daquela pequena vidinha que carrega tanto de mim e ser uma pessoa da qual ela se orgulhasse, mas nem tudo é como queremos.
Tive o meu momento em que não fui um pai exemplar. Após minha separação, senti a discórdia causada pelos acontecimentos e acabei me distanciando da minha pequena, aquele ser que tanto amo. Por causa de infantilidade minha, me afastei do ser que mais amava e deixei isso afetar, mas cada vez em que ela vinha e me dava um abraço e me chamava de “Papai bobinho” me dava uma alegria tão intensa e uma vontade de chorar por ser tão burro ao ponto de descontar minhas frustrações no único ser que é parte minha e eu como adulto agindo de forma tão infantil. Sentia aquele amor dela por mim. Isso me alegrava tanto e me machucava ao mesmo tempo por sentir aquele amor pelo ser que ajudei a gerar e não a tratava com o mesmo amor que tratei quando ela nasceu. Sei que eu fui o errado da história em ter me afastado e hoje sinto o peso da minha burrice recair sobre mim.
Quanto tive a oportunidade de ama-la, na última vez que que a tive ao meu lado, não disse o quanto a amava. N disse o quanto ela era importante na minha vida. Não disse nada. Estava completamente abalado por outros problemas que não se encaixam, mas com tudo o que vem acontecido em minha vida ultimamente eu só queria poder ter mais uma chance, ou mais uma oportunidade de segura-la em meus braços e dizer o quanto amo e o quanto ela é importante na minha vida.
Então, p/ finalizar este desabafo. Vou usar isso p/ que todos os pais, mães e filhos que conheço possam repensar o quão uma distância pode afetar a vida de todos. Filhos de pais separados sofre nesta data por não ter o pai ao lado ou são felizes por terem um SUPER PAI que talvez o biológico não possa ser no momento ou não conseguiu ser quando deveria.

Esse é o meu feliz dia dos pais que posso oferecer a todos os pais que conheço. Aqueles que podem todos os dias acordar e ver sua cria correr pela casa, ou dar o beijo de boa noite, contar histórias p/ dormir, arrumar p/ levar p/ escola, preparar seu café da manha e dizer a cada dia o quanto os ama e o quão importante são p/ sua vida.
Quero dar feliz dia dos pais p/ todos aqueles que realmente são pais de verdade ou os que mesmo não conseguindo ao fundo, mas mesmo assim se esforçam p/ serem pais bons.

Quero dizer um feliz dia dos pais p/ mim, mas no fundo não existe um feliz. Pois de que adianta ser pai e não poder ter a coisa mais incrível que já aconteceu em toda minha vida ao meu lado? Então, feliz ou não. Antes de ser apenas mais uma data dedico a todos os pais que conheço.

Parabéns por serem pais.

PS: Cuidem bem de suas crias, mesmo que as vezes pareçam impossíveis de criar/cuidar, lembrem-se. Você está passando hoje o que o seu pai/mãe passou um dia com você. Então... Parabéns a todos os Pais e a todas as mães que por muitas vezes, mesmo na dificuldade fizeram o papel dos dois.

Em especial deixo o meu feliz dia dos pais p/ a melhor pessoa p/ mim e que além de Pai/Mãe é minha amiga, companheira e parceira em meus momentos bons ou ruins. Deixo um EU TE AMO ATÉ ALEM DO INFINITO, pois mesmo sabendo que o infinito não tem fim, amo a senhora com todas minhas forças.

Dedico esse texto a minha pequena lobinha Gabrielle que amo além do infinito e as estrelas e minha mãe que também amo incondicionalmente.


Gabriel Medeiros Maia.