Uma parte do que eu sou, e outra parte do que fui. Nada que não possa ser entendido com poucas palavras.
terça-feira, 14 de abril de 2015
De volta ao lugar do qual eu não deveria ter saido.
Continuo repetindo a mim mesmo.
N deveria ter deixado isso acontecer... Fui inventar em abrir uma porta um dia, e hoje está cada vez mais difícil de fechar.
Porém, como um tolo iludido, insisto em manter a porta aberta. Na esperança de que um dia o que fora perdido, retorne pelo mesmo lugar do qual partiu.
Não pedi para ser salvo, não queria abrir algo do qual havia fechado por tanto tempo, e nele me prendi.
Aquela em que minha mão se estendeu uma vez, cravou suas garras em minha pele, e com isso libertando-me de cárcere “privado” do qual me mantive por tanto tempo... libertando aquilo que dormia profundamente, fora dado um nome, uma chama que ardia e queimava, porem ela mantinha esperanças em algo surreal (utópico) dentro e fora do ser em que criou (cativou) e com tudo isso limpando-me das impurezas e sofrimentos dos quais marcavam a carcaça de um vagante vadio.
No final, quando lá estava ter encontrado meu lar, suas asas se abriram e de dentro, bem no fundo.. Sabia que seria algo inevitável, partiu e com isso me parti novamente.
não deveria ter deixado você fazer isso desde o começo. Não deveria ter deixado você me resgatar. Um pedido de socorro que talvez eu nunca tive a oportunidade em pedir, mas posso me perguntar... Me diga o por que você o fez mesmo assim? Deixa, e assim continuo o caminho.
Retornando ao cárcere do qual me privei um dia, observando as correntes velhas e enferrujadas com o tempo e nelas ainda marcas do que um dia (algo/ser/eu) sobreviveu durante décadas e nada abalava aquelas correntes, muito menos aquele ser que era mantido em cativeiro... Aquele que eu fui um dia. E os pensamentos vem à tona novamente. “Devo voltar? Utilizar as mesmas correntes que um dia prenderam a besta dentro de mim, ou ali ficou a minha parte sem natureza descrita?” Não sei... Mas este lobo velho está cansado. Atormentado com as correntes que um dia foram sua fonte de vida, estão em estados desgastados.
*Ele observa cada canto do recinto, retira as mesmas correntes que um dia lhe salvaram. Amarra-lhe os pulsos. A prata arde a pele deixando cicatrizes, com profundidades maiores do que as anteriores e ali senta ao chão. Prende as pernas com o mesmo ardor que lhe fora oferecida em delongas viagens e datas passadas. Por final, retira de um pano velho surrado aquele velho “apetrecho” em que lhe fora oferecido quando ainda jovem. Uma coleira sem nome. Coloca no pescoço e ali adormece o velho lobo, que um dia decidiu ser “livre”, mas no final retorna a sua própria prisão decidindo fazer aquilo em que evitou tornar um dia... Trocar sua liberdade em dor, por uma prisão no esquecimento.*
Assim o velho lobo(eu) retorna aquilo em que um dia fui. Prisioneiro de mim mesmo, porem livre de todo o resto.
Wendigo Wolf.
14/04/2015
Eu nunca fui meu, mas termino de uma forma diferente.
I close my eyes, don't want to see
I never knew this could happen to me
I stay alive but tell my why
You saved my soul
I'm always yours
PS.
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